Com a casa cheia, Os Paralamas do Sucesso voltaram a BH no último sábado, 29 de março, para apresentar o show da turnê de 30 anos da banda. O trio Herbert ViannaBi Ribeiro e João Barone colocou o Chevrolet Hall para cantar e dançar, especialmente os casais mais “maduros”, que provavelmente iniciaram seus romances ao som da banda.

O repertório incluiu canções de todas as fases da carreira da banda. Missão nada fácil, especialmente se tratando do Paralamas. Para cada canção que ficou de fora (“Uns Dias”“Fui Eu”“Tendo a Lua” são exemplos), Herbert puxava um clássico. Não faltaram surpresas (“Mensagem de Amor”“Busca Vida” e “Quase Um Segundo”, além de brincarem com a introdução de “La Bella Luna”) para ajudar a tornar o show inesquecível para todo mundo que decidiu investir em um programa cultural na noite de sábado.

Embora houvessem adolescentes presentes, o grande destaque ficou por conta dos casais mais velhos. Uma prova de que o Paralamas é uma banda cujo trabalho consegue atingir jovens e adultos com a mesma força, coisa que o Capital Inicial ou o Titãs já não conseguem fazer tão bem. Ainda que o “amor” seja um assunto que eu prefira não debater fora da minha coluna (Re)Descobrindo Sons, foi bonito olhar para o lado e ver tantos casais conversando baixinho e dançando apaixonados, se deixando levar pela cadência musical que vinha do palco. Com tantas canções românticas, não é de se surpreender que o Paralamas realmente possa ter tido um papel importante na vida e no relacionamento destas pessoas que tiveram a sorte de se encontrar em alguém com quem puderam dividir um momento especial.

Os Paralamas do Sucesso @ Belo Horizonte - 29/03/2014

O show começou muito bem com “Alagados”. Com os instrumentistas de apoio, o Paralamas fechou o primeiro bloco do show misturando canções mais conhecidas com outras mais “alternativas” (como “Carro Velho”). Na sequência, os músicos de apoio deixaram o palco para o momento mais “rock” da noite, com direito até a uma cover de “Whole Lota Love”, do Led Zeppelin, seguido de uma versão reduzida da ótima “O Calibre”, música produzida em 2002 e que continua mais atual do que nunca. Depois de tocar “Selvagem”, a banda deu uma diminuída no compasso para atingir em cheio o coração dos fãs mais apaixonados e sensíveis. Numa sequência “destruídora”, Herbert e companhia tocaram “Busca Vida”“Você”, e encerraram o bloco com uma execução perfeita de “Quase Um Segundo”.

Para evitar que o público começasse a chorar (eu mesmo comentei que se eles tocassem “Nada Por Mim” iria pegar as minhas coisas e ir embora mais cedo, chegar em casa com um pote de sorvete e ficar chorando com meu travesseiro), a animação tradicional da banda tomou conta e tocaram o clássico “Meu Erro”. E daí em diante foram clássicos atrás de clássicos. Vale destacar o trabalho com o visual do palco, que conta com um telão que apresentava as canções (e o ano em que foram lançadas) e também incluiu cenas de shows, clipes, fotografias e animações.

Com um repertório tão extenso e criativo, e uma disposição incrível de animar o público, seria impossível algo dar errado. Com seus mais de trinta anos de carreira, o Paralamas do Sucesso continua relevante para a música nacional e para todo mundo que cresceu apaixonado pelo trabalho de Herbert, Bi e Barone, foi como um convite para uma autêntica festa para reencontrar os velhos amigos. E depois, ao voltar para a casa, fica aquela sensação de que você acabou de presenciar um dia muito especial e que ficará marcado na memória para sempre.

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Fotos: John Pereira