Por que a viagem custa mais que o ingresso
Você já percebeu que, na maioria das vezes, o ingresso do festival é só a ponta do iceberg? O que realmente pesa no bolso é a viagem e hospedagem.
Rock in Rio, Tomorrowland, Glastonbury, Lollapalooza… todos eles têm um detalhe em comum: os preços de hotel e transporte sobem mais rápido que guitarra em solo de heavy metal.
Mas não se preocupe. Dá para viver a experiência sem precisar vender um rim. Neste guia, mostro como planejar viagem e hospedagem de forma inteligente, economizando grana e ainda garantindo conforto mínimo (sim, não vamos sugerir dormir em barraca furada).
1. Planejamento é seu novo melhor amigo
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Compre ingressos com antecedência: assim que confirmar, reserve hospedagem. Quanto mais perto do evento, mais inflacionados ficam os preços.
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Monitore passagens aéreas: use alertas em sites como Google Flights, Kayak e Skyscanner. Comprar em dias estratégicos (terça e quarta) costuma ser mais barato.
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Considere datas alternativas: chegar um dia antes ou sair um dia depois pode reduzir até 40% o preço do voo.
Exemplo prático: quem comprou voo para o Rock in Rio com 6 meses de antecedência pagou, em média, 30% menos que quem deixou para última hora.
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2. Hospedagem: não existe só hotel cinco estrelas
A) Hostels e pousadas
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Perfeitos para quem viaja em grupo ou sozinho.
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Quartos compartilhados podem sair até 70% mais baratos que hotéis convencionais.
B) Airbnb e alugueis por temporada
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Ideal para dividir custos entre amigos.
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Muitas vezes, localizados fora das áreas superlotadas, mas com acesso fácil por transporte público.
C) Couchsurfing (para aventureiros)
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Hospedagem gratuita na casa de anfitriões locais.
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Experiência cultural intensa, mas exige disposição (e confiança).
D) Acampamento oficial do festival
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Alguns eventos, como Glastonbury e Tomorrowland, oferecem áreas próprias de camping.
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Estrutura varia: de barracas simples a “glamping” (barracas de luxo com cama e tomada).
Dica ninja: sempre verifique transporte noturno. Às vezes vale mais pagar um pouco mais por uma hospedagem perto do evento do que gastar fortunas em táxi/uber de madrugada.
3. Transporte: do aeroporto ao palco
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Transporte público: a maioria dos festivais organiza linhas especiais de metrô/ônibus. São mais baratos e seguros.
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Transfers oficiais: confiáveis, mas geralmente mais caros.
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Carona solidária: aplicativos como BlaBlaCar podem ser alternativas baratas e seguras.
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Bicicletas e scooters: em cidades como Amsterdã e Berlim, você pode chegar pedalando até o evento.
Pro tip: se o evento for em área remota (ex.: Coachella), organize transporte com antecedência. Caronas de última hora custam caro.
4. Alimentação: não viva só de cerveja quente e batata frita
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Leve snacks práticos: barrinhas, biscoitos, frutas desidratadas. Economiza no lanche entre shows.
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Pesquise mercados próximos: comprar em supermercado local sai muito mais barato do que comer dentro do evento.
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Evite gastos desnecessários: uma cerveja no festival pode custar o mesmo que um almoço simples fora da arena.
5. Estratégia para grandes eventos no Brasil
Rock in Rio (RJ)
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Hospede-se em bairros fora da Zona Oeste (Barra/Jacarepaguá). Méier, Tijuca e Centro oferecem preços melhores e metrô + BRT.
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Reserve cedo: hotéis próximos esgotam em horas.
Lollapalooza (SP)
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Hotéis perto do Autódromo de Interlagos inflacionam muito. Prefira bairros com acesso de trem (linha Esmeralda).
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Hostels na Vila Madalena e Pinheiros são boas opções para vida noturna + transporte.
Festival de Verão (Salvador)
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Evite hotéis no entorno imediato do evento: preços disparam.
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Airbnb em bairros como Rio Vermelho e Pituba equilibram custo e localização.
6. Estratégia para festivais internacionais
Tomorrowland (Bélgica)
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Camping oficial é experiência única, mas esgota rápido.
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Hospedagem em Bruxelas + trem até Boom é opção econômica.
Glastonbury (Inglaterra)
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Acampar é quase obrigatório. Se não curte, prepare-se para pagar caro por hotéis a quilômetros de distância.
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Reserve transporte especial de Londres ou Bristol com antecedência.
Coachella (EUA)
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Palm Springs fica lotada. Vale dividir casa/aluguel por temporada com amigos.
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Transfers oficiais são caros, mas evitam perrengue.
7. Checklists rápidos para não passar sufoco
Pré-viagem
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✅ Ingressos comprados e hospedagem confirmada
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✅ Transporte do aeroporto até o local do evento
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✅ Seguro-viagem (fundamental em eventos internacionais)
Durante o evento
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✅ Dinheiro trocado (nem todo lugar aceita cartão)
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✅ Carregador portátil e protetor auricular
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✅ Garrafinha de água reutilizável (quando permitido)
8. Vale a pena pagar mais por conforto?
Essa é a grande polêmica: economizar ao máximo ou investir em conforto?
A resposta é simples: depende do seu perfil de fã.
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Se você é do tipo que assiste 10 shows por dia, economize na hospedagem. Vai passar pouco tempo no quarto.
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Se prefere curtir com calma, investir em um lugar mais confortável pode salvar sua energia.
Regra de ouro: nunca economize em segurança. Prefira hospedagens com boas avaliações, mesmo que custem um pouco mais.
Conclusão: curtir música sem gastar fortuna é possível
Viajar para grandes eventos musicais pode ser caro, mas com planejamento, escolhas estratégicas de hospedagem e transporte, você pode economizar bastante.
Assim, sobra mais grana para o que realmente importa: viver experiências musicais que você vai lembrar para sempre.
Resumindo: antecipe-se, fuja do óbvio e invista no que faz sentido para você.