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Dave Grohl e o Microfone Fantasma: Por que ele não canta Nirvana no Foo Fighters (e nunca vai cantar)

Você já se perguntou por que, no meio de um show do Foo Fighters, Dave Grohl não puxa um “Load up on guns…” para fazer a plateia explodir? A resposta é simples, profunda, emocional — e também um pouco “Grohlesca”. O ex-baterista do Nirvana e atual viking do rock moderno prefere deixar certas portas fechadas… e, no caso do Nirvana, trancadas com sete chaves sentimentais.

Desde que Kurt Cobain partiu em 1994 e o Nirvana chegou ao fim de forma trágica, Dave Grohl passou por todas as fases do luto musical: negação, tristeza, criação de uma banda nova e gravação de todos os instrumentos sozinho no porão (sim, ele fez isso). Assim nasceu o Foo Fighters, que hoje é uma das maiores bandas do planeta e a prova viva de que bateristas podem, sim, dominar o mundo — desde que também saibam gritar com carisma.

Mas tem algo que Grohl nunca fez: cantar uma música do Nirvana no palco com o Foo Fighters. Isso mesmo. Nem um “Come As You Are” disfarçado, nem um “Heart-Shaped Box” na surdina. Quando perguntado por que, ele responde com a sabedoria de quem já viveu o lado bom e o lado amargo da fama:

“Eu não me sentiria confortável cantando uma música que Kurt cantou.”

Ou seja, mesmo sendo o cara mais simpático do rock, Dave tem suas fronteiras emocionais. Pode tocar bateria nas músicas do Nirvana? Pode. Pode tocá-las com Krist Novoselic e Pat Smear? Também pode. Mas assumir os vocais seria, nas palavras dele, como invadir um santuário com botas sujas. A reverência é real.

Grohl ainda revelou que sonha com Kurt Cobain. Não um sonho metafórico do tipo “ele vive em meu coração”, mas sonhos reais, com direito a banda reunida, arena vazia esperando o show começar e tudo. É o tipo de sonho que parece cena deletada de Montage of Heck, mas que acontece no inconsciente de quem viveu aquele furacão de perto.

Ainda sonho que há alguma arena vazia nos esperando para tocar.”
Prepare o lenço. Ou dois.

Agora, antes que alguém pense em gritar “TOCA TEEN SPIRIT” num show do Foo Fighters, respire fundo e lembre-se: para Dave, cantar Nirvana não é só reviver um clássico — é reviver um pedaço de dor. Então ele prefere seguir em frente com as guitarras estridentes, os gritos catárticos e as piadas de bastidor — porque a melhor forma de honrar o passado, às vezes, é não tentar recriá-lo.

E se você quiser ouvir Nirvana com Grohl… bem, reze para ele sonhar com você na plateia daquela arena imaginária. Porque fora dos sonhos, esse microfone continua mudo.